As forças israelitas encontram-se concentradas na fronteira norte do seu país com o Líbano, num “momento de preparação muito forte”, de acordo com um comunicado do Exército.
O tenente-general Halevi afirmou que esta preparação está “no seu ponto mais alto”, ao mesmo tempo que indicou que Israel planeia mudar a sua “rotina de defesa” e destacar mais forças para as suas fronteiras ao longo do ano.
O Exército israelita atacou hoje posições do grupo xiita libanês Hezbollah, em resposta ao lançamento de projéteis provenientes do Líbano, em mais um dia de hostilidades na zona fronteiriça.
A visita do chefe militar israelita ocorre depois de o Hezbollah ter alertado que o atentado com um ‘drone’ contra o escritório do Hamas nos arredores sul de Beirute, um seu bastião, vitimando al-Arouri e outros seis dirigentes e membros do movimento islamita palestiniano, “não ficará impune”.
No entanto, o líder do grupo pró-iraniano e aliado do Hamas, Hassan Nasrallah, não anunciou, num discurso hoje transmitido pela televisão, nenhuma ação concreta de retaliação ao primeiro ataque atribuído às forças de Telavive em Beirute desde o início do conflito com o grupo palestiniano, em 07 de outubro de 2023.
O Exército israelita ainda não assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas disse que se estava a preparar para “qualquer cenário”.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, defendeu que “este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que causaram um grande número de mártires e feridos” e ordenou a apresentação de uma queixa urgente ao Conselho de Segurança da ONU, “no contexto do flagrante ataque à soberania libanesa”.
Os confrontos entre o Exército israelita e o Hezbollah, os maiores desde 2006, estavam até agora limitados às zonas fronteiriças no sul do Líbano, quando se têm repetido avisos no mundo árabe e na comunidade internacional sobre o receio da propagação do conflito na Faixa de Gaza, na Palestina, a outras regiões do Médio Oriente.
Desde o início da violência transfronteiriça, foram registadas pelo menos 177 mortes: 13 em Israel (nove soldados e quatro civis) e 164 no Líbano, incluindo 127 membros do Hezbollah, 16 membros de milícias palestinianas, um soldado e 20 civis, entre os quais três crianças e três jornalistas.
As autoridades de Telavive enviaram mais de 200 mil soldados para a região fronteiriça, onde a violência também deslocou milhares de residentes, com cerca de 80 mil pessoas retiradas de comunidades no norte de Israel e mais de 70 mil em fuga do sul do Líbano.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis mas também cerca de 400 militares, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 22.000 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.
O conflito provocou também em Gaza cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Leia Também: Exército ataca Hezbollah um dia após morte de ‘número dois’ do Hamas