Risca da Área, de Lucas Amorim (Letramento; 109 páginas; 49,90 reais)
Aos 33 anos, um jornalista frustrado morava no andar de cima de um bar, o qual acabava frequentando com demasiada regularidade. Nada, afinal, fazia sentido na existência que ele levava. Eis que o errático protagonista do livro decide recomeçar a vida fora do país — e sob uma premissa tão inusitada quanto ousada: após dirigir de carro até o vizinho Uruguai, o personagem recupera o sonho de infância de jogar bola e, movendo-se com esperteza no novo ambiente, inventa uma história cabeluda para ser contratado por um time de futebol de Montevidéu. Nessa versão repaginada de si mesmo, ele se transforma num certo Júnior Cabral, um prolífico jogador brasileiro com passagem, supostamente, por dez times em seis diferentes países — e, portanto, torna-se a esperança renovada de seu novo time uruguaio, que pretende recuperar a glória dos velhos tempos com a chegada do alegado veterano brasileiro ao elenco. No romance Risca da área, o jornalista Lucas Amorim — que atualmente é diretor de redação da revista Exame — extrapola sua notória área de expertise, a cobertura de economia, para escrever sobre outro tema que sempre lhe fez brilhar os olhos — sim, ele mesmo, o futebol. Trata-se de seu romance de estreia — e o autor já chega apresentando, de primeira, uma narrativa espirituosa. Valendo-se de um tom de crônica e de fagulhas autobiográficas, Amorim registra as aflições de uma geração desiludida com a vida adulta e com os impasses (e solavancos) para se conquistar uma situação de vida confortável no Brasil.
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