Depois de duas temporadas de ‘vacas magras’, tudo indica que a diminuição da taxa de juros do país irá favorecer a uma retomada das ofertas públicas iniciais (IPOs, em inglês) em 2024. Diversas empresas estão se posicionando nos bastidores para ingressar na B3. Um setor onde esse movimento acontece com mais clareza é o imobiliário. Uma fonte conceituada revelou ao IM Business que a Vitacon está em tratativas para ingressar na Bolsa este ano. Além dela, Pacaembu Construtora, You,Inc e as mineiras BRZ e Emccamp estão aguardando o momento certo para se listarem.
A pluralidade no perfil de atuação das construtoras que visam a abertura de capital mostra, para Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), que há espaço no mercado para novas entrantes. Hoje, do alto padrão ao Minha Casa Minha Vida, há mais de 30 companhias do setor listadas na B3.
“O grande número de incorporadoras de capital aberto mostra um interesse do investidor em um mercado com muito potencial diante do déficit habitacional do país”, afirma França. “O déficit habitacional hoje é de 7,8 milhões de moradias. Para os próximos 10 anos, há a necessidade de se construir mais de 11 milhões de moradias. Então, tem mercado para todas as incorporadoras.”
Construção civil se movimenta para buscar recursos com IPO (Divulgação)
Tatiana Muszkat, CMO da You,Inc, que atua no alto padrão, confirma que a empresa está aguardando o momento certo para efetuar esse movimento. “Uma empresa que quer abrir seu capital precisa se preparar e se planejar com antecedência. E a You,Inc vem se preparando para aproveitar o mercado favorável quando surgir uma janela de oportunidade”, diz a executiva, filha de Abrão Muszkat, fundador e CEO da empresa, que tentou fazer o IPO em 2020, mas optou por retardar o movimento diante das incertezas ocasionadas pela Covid-19.
Movimento similar é o da Pacaembu Construtora, uma das principais operadoras do Minha Casa Minha Vida com foco na Faixa 1. “A Pacaembu Construtora está preparada desde 2020 para a abertura de capital com registro de companhia aberta Nível A junto à CVM. Estamos nos relacionando com investidores do setor que têm reconhecido o potencial e a diferenciação do modelo do nosso negócio”, afirma Victor Almeida, presidente-executivo do conselho de administração da construtora.
De janeiro a setembro de 2023, os lançamentos da companhia somaram R$ 924 milhões e as vendas líquidas atingiram R$ 998 milhões, um crescimento de 15,8% e 16,2%, respectivamente, frente a 2022. Sua receita líquida chegou a R$ 866 milhões e o lucro líquido atingiu R$ 88 milhões, um crescimento de 35,6% e 421,7%, respectivamente, na mesma base de comparação.
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